Em um mundo onde a maioria procura atalhos e conforto, William Goodge escolheu um caminho diferente — literalmente. Aos 31 anos, o britânico completou em 2025 um dos feitos mais impressionantes da ultrarresistência: atravessar a Austrália correndo de costa a costa, totalizando cerca de 3.800 quilômetros em apenas 35 dias.
De Perth a Sydney. Do impossível ao feito.
A jornada começou em Cottesloe Beach, em Perth, e terminou em Bondi Beach, em Sydney. Foram em média 110 km por dia, ou o equivalente a quase duas maratonas diárias, enfrentando calor extremo, isolamento e dores físicas que fariam a maioria desistir já no primeiro trecho.
Mas William não é a maioria. Ele corre por algo maior que o tempo, a medalha ou o recorde.
Uma corrida pela memória da mãe
Em 2018, William perdeu sua mãe, Amanda, para o câncer. Desde então, cada desafio que ele enfrenta tem um propósito: homenagear sua mãe e arrecadar fundos para instituições de combate ao câncer no Reino Unido, Estados Unidos e Austrália.
Na chegada em Bondi Beach, William se ajoelhou na areia, deixou flores no mar e finalizou sua jornada como começou: com amor, dor e propósito.
Os limites físicos e mentais da travessia
Durante os 35 dias de travessia, William enfrentou:
-
Temperaturas escaldantes no deserto australiano.
-
Insônia e exaustão mental.
-
Dores profundas nos ossos e tendões.
-
Perda de unhas, bolhas abertas e até apodrecimento nos pés.
-
Alucinações causadas pelo desgaste extremo.
Ainda assim, ele continuava. Todos os dias. Sem pausa. Sem desculpas.
A força por trás do corpo
Em entrevista, Goodge disse:
“Eu não sou o mais rápido, nem o mais talentoso. Mas talvez eu seja um dos mais teimosos. Quando coloco um objetivo na cabeça, eu vou até o fim.”
É esse tipo de mentalidade que o destaca. Ele não corre só com as pernas — corre com a alma, com um propósito claro e uma determinação quase sobre-humana.
O reconhecimento e a controvérsia
Como todo grande feito, vieram os holofotes — e também os questionamentos. Após o recorde, surgiram dúvidas nas redes sobre dados de ritmo e frequência cardíaca, com acusações de uso de múltiplos relógios (o chamado “watch muling”).
No entanto, William disponibilizou rastreamento GPS ao vivo, dados do Strava e depoimentos de testemunhas em todo o trajeto. Sua transparência se manteve firme — assim como cada passada até a praia final.
Um histórico de superações
A travessia da Austrália não foi o primeiro grande desafio de William. Ele já havia:
-
Corrido 5.100 km atravessando os EUA em 55 dias.
-
Completado o Marathon des Sables — a corrida mais dura do deserto do Saara.
-
Percorrido o Reino Unido inteiro correndo uma maratona por dia.
E mesmo após cruzar a Austrália, ele já mira nos próximos objetivos: completar os 7 Majors da maratona em um único ano, e também um IRONMAN completo.
Por que a história de William Goodge fala com você, corredor VRIZ?
Porque ele é a prova viva de que:
-
A mente é mais forte que o corpo.
-
O propósito empurra quando o físico falha.
-
E que não existe desempenho sem dor, constância e sacrifício.
Enquanto muitos desistem por desconforto, William avança no desconforto.
Enquanto muitos esperam o cenário perfeito, ele corre em meio ao deserto.
Enquanto outros buscam atalhos, ele corre o caminho inteiro — todos os dias.
Essa é a essência VRIZ.
Mais desempenho. Menos limites.
0 comentários